Identificação

O professor da Escola de Comunicação e Artes da USP, Wilson Bueno, uma das referências em jornalismo científico no Brasil, tem um estilo chocante, digamos assim, de expressar suas idéias. Na página de apresentação do portal da sua empresa de consultoria (ComTexto), ele toca num assunto tabu: “Muitas empresas de comunicação e muitos profissionais, infelizmente, têm vendido mais do que seu trabalho para as organizações: têm comprometido a sua própria identidade e sua consciência”. Aí ele refere-se às empresas prestadoras de serviços de comunicação organizacional, mas sabemos que não é raro também nas empresas jornalísticas.

A opinião de Wilson Bueno é um ótimo tema de reflexão sobre a identificação do assessor com o negócio do seu assessorado. Até que ponto a falta de identificação compromete o prazer e a qualidade do trabalho do assessor? Será que o fundamental é só ser técnico? E existe mesmo apenas o aspecto formal, sem o envolvimento ideológico?

Eu prefiro trabalhar para instituições e pessoas confiáveis, que não atrasam os salários dos empregados, que atuam com objetivos claros, que respeitam a diversidade de saberes e a imprensa. Até hoje tenho sorte, talvez por isso a grande satisfação em trabalhar com assessoria.