16 de junho de 2010

Da "recortagem" à liderança de equipe

Concentração nas notícias on line...pronto pra fotografar mais uma sessão.

Everlando Mathias de Sousa, 44, é o segundo na hierarquia do Departamento de Comunicação Social da Assembléia Legislativa do Amapá. Cearense, Mathias está por aqui desde 1993. Mas a vivência na região Norte vem de muito antes. Ele recorda que em 1976, durante o governo da Ditadura Militar, desembarcou em Altamira, cidade do Pará localizada na Transamazônica, cheio de vontade de trabalhar com notícias.

Primeiro, foi a "recortagem", como é a chamada a prática da leitura em rádio das matérias veiculadas nos impressos. Pouco tempos depois apresentou um programa musical de rádio, das 20h até meia-noite. O desembaraço com a locução lhe rendeu um convite para trabalhar na afiliada da Band em Altamira. Em qual função?! Tipo assim, um "Severino". "Em todas, porque eu era o repórter, o apresentador, o pauteiro, o faz tudo". No início, não foi exatamente na maior tranquilidade. "Lembro que no primeiro dia como apresentador, meus joelhos batiam um no outro o tempo todo. Fiquei nervoso demais". A ousadia que deu certo foi o passaporte para a TV Altamira, afiliada da Globo, onde Mathias passou a ser o responsável pelos três telejornais da emissora.

De malas prontas para Santarém (oeste do Pará), deu meia volta e tomou o rumo do Amapá. Já conhecia Macapá, a cidade que lhe acendia boas lembranças de contatos breves com os homens da comunicação Eraldo Trindade, Edi Prado e Domiciano Gomes. Chegando novamente em Macapá, desta vez de mala e cuia, conseguiu um emprego na Rádio 102 FM como "repórter de linha", que hoje em dia é o chamado repórter de campo.

Jornalista de várias frentes, tempos depois assumiu a editoria do jornal "Amapá Estado". Foi em Macapá que Mathias teve a oportunidade de, pela segunda vez, trabalhar com assessoria de imprensa. Como o deputado estadual assessorado não foi reeleito, e logicamente ele ficou sem emprego, aceitou convite para reportagem do jornal O Liberal (sediado em Belém), que instalava sucursal em Macapá. Foi a época de ira pra rua, apurar as pautas das editorias de cidades e polícia.

O retorno à Assembléia Legislativa veio em 1995, com o sim ao convite do coordenador do Departamento de Comunicação, Marco Antônio Ferreira de Melo. Ciente da importância do trabalho de assessoria, que exige tempo e empenho dos que imprimem profissionalismo nesta seara, Mathias deixou o jornal e dedicou-se à assessoria. Atualmente, lidera junto com Marco Antônio Ferreira de Melo uma equipe de 12 pessoas, sendo sete jornalistas, além de fotógrafo, cinegrafista e pessoal de apoio.



A rotina oficialmente começa às 8h e vai até às 14h, sendo que tem sempre um plantão diário com dois jornalistas até.....bem, até a hora que encerrarem os trabalhos legislativos do dia. A produção é focada no atendimento da demanda para "alimentar", como se diz no jargão jornalístico, o site da Assembléia, o jornal impresso e, claro, pautar a imprensa em geral. "Nossa demanda é grande, temos 14 comissões permanantes, as comissões temporárias como a CPI da Mineração, por exemplo. Alguns deputados que presidem as comissões sugerem o jornalista (da equipe da Assembléia) que preferem cobrindo determinado assunto", falou Mathias, ao mesmo tempo em que atendia uma repórter do Diário do Amapá, um olho no monitor de vídeo do Plenário, outro nos e-mails e falando ao telefone com algum pauteiro.

E por falar em telefone, agora Mathias tem novo celular (ele usa o pessoal para trabalhar). Meio que forçado, porque o anterior foi roubado e, por isso, depois de muitos anos ele teve a experiência de ficar um mês livre das chamadas durante o dia inteiro. Mas tanta experiência felizmente não deixou Mathias na sombra da acomodação, em 2011 ele pretende ingressar no curso de Comunicação e conquistar cada vez mais conhecimento a serviço do aperfeiçoamento da sua prática profissional.

2 comentários:

Ramilton Farias disse...

Tive o privilégio de trabalhar com o Everlando Mathias no jornal O Liberal Amapá e O Amapá. É um grande profissional, amigo e pessoa. Ele foi muito importante na minha carreira. Parabéns pela reportagem. O Mathias - ou Machiano - como chamamos, merece.

Anônimo disse...

Será que ele ´já se escrever alguma coisa,depois de todo esse tempo.